quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A infinita ansiedade que habita em mim


"Por definição a ansiedade é aquela sensação de receio e de apreensão, sem causa evidente, e a que se agregam fenômenos somáticos como taquicardia. Mas, preciso dizer que a ansiedade que vive dentro de mim não é feita de receio, é feita de uma vontade louca de devorar o mundo em uma bocada só, de uma só vez, e tentar saciar a fome de futuro que me habita. Ansiedade são as unhas roídas, as borboletas na barriga e as noites mal dormidas.... Ansiedade é o medo de não haver futuro, de morrer jovem demais, de viver muito tempo sem ter vivido, de passar da hora, de perder a razão, de apodrecer no pé. Ansiedade é o bichinho-carpinteiro que não me deixa quieta e vai me corroendo por dentro e quase sufocando a garganta. Ansiedade é o quase já ido, é o meio do caminho, o que fica entre o ontem e o amanhã em um hoje sempre mal-acabado. Ansiedade são as perguntas que não há como responder, as estradas pelas quais eu caminho sozinha, as folhas rabiscadas sem nenhum sentido que traduzem um emaranhado de sentimentos entre flores, casinhas e figuras abstratas. Ansiedade é a adolescente-rebelde-sem-causa que me coabita, cheia de sonhos, muitas ideias e pouca coragem. É a sombra sem sol. A rede sem peixe. Ansiedade é a erva-daninha que brota no jardim das transições. O que não me deixa acostumar com a casa e a rotina. Ansiedade é um buraco sem fundo, um beco sem saída, uma porta sem chave, uma casa sem janela, um mar quebrando em ondas fortes nos meus olhos e inundando minha paz... Ansiedade é uma lágrima seca e um olhar perdido. Ansiedade é a busca pelo caminho e, simultaneamente, o descaminho."
(Thais Fernandes)

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